Instituto Lula

Doe agora
28/10/2010

Temos que investir mais em manutenção de refinarias para não voltar à época ‘da latinha’

    Há 10 anos, o setor petrolífero brasileiro vivia a época ‘da latinha’: um vazamento em refinaria só deveria ser corrigido quando enchesse uma lata. A situação era emblemática do sucateamento das refinarias brasileiras e os petroleitos esperam que esse tempo não volte mais. Para isso pediram hoje ao presidente Lula, durante visita ao navio-plataforma Cidade de Angra dos Reis, no litoral do Rio de Janeiro, que aumente os investimentos em manutenção das refinarias.

    “Hoje viemos aqui para entregar uma carta ao presidente Lula pedindo maior investimento em manutenção nas refinarias. Ainda há muito o que ser feito nesse sentido. Mas hoje há uma diferença: antes a ordem era ‘não fazer’, para deixar o pior acontecer e se ter uma justificativa para as privatizações. Agora não, a ordem dada é ‘fazer’, para o setor se tornar mais forte e competitivo”, afirmou Simão Zanardi, Secretário de Saúde e Segurança da Federação Única dos Petroleiros (FUP). Zanardi lembra que o sucateamento provocou um dos maiores acidentes ambientais do País – o vazamento de óleo na Baía de Guanabara em 2001, no Rio de Janeiro. Segundo ele, o acidente foi causado por uma gambiarra feita na refinaria para tentar resfriar o óleo conduzido por dutos submersos no mar, uma vez que o resfriador havia quebrado. Com a alta temperatura, a tubulaçao rompeu.

    Marcos Amaral, diretor do Sindicato dos Petroleiros de Duque de Caxias, explicou que as ‘gambiarras’ eram comuns para compensar a falta de investimentos em manutenção. “Quando havia um vazamento, tentávamos contê-lo com um ‘batoque de madeira’, feito de cabo de vassoura. Nós batíamos com esse pedaço de madeira no lugar que deveria ser soldado e fazíamos uma espécie de remendo. Eram essas as nossas condições de trabalho”, criticou.