Instituto Lula

Doe agora
13/10/2010

Desenvolvimento do Xingu (PA) nas mãos de quem vive na região

    Ninguém melhor do que a população da região do Xingu, no Pará, para dizer como se dará o desenvolvimento local e como serão utilizados seus recursos naturais. Após três audiências públicas realizadas no início deste ano, lideranças indígenas, agricultores, comerciantes, líderes religiosos, cientistas e organizações não-governamentais ligadas ao meio ambiente, entre outros, estabeleceram as diretrizes para ações estratégicas na região, e elas estão resumidas no Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu, que será lançado oficialmente nesta quinta-feira (14/10) pelo presidente Lula. Entre as ações propostas no plano estão a regularização fundiária, a inclusão social e o fomento a atividades econômicas. O plano tem um orçamento previsto de R$ 500 milhões.

    “O Plano é um instrumento inovador, um instrumento de planejamento do desenvolvimento da região, é um instrumento que incorpora a sociedade, a população local, fazendo com que ela assuma de fato a condução do seu desenvolvimento. Além disso, é um plano que respeita o meio ambiente, uma vez que todas as atividades produtivas sustentáveis que estão previstas no plano buscam o equilíbrio entre o meio ambiente e a ação do homem”, explica André Farias, Secretário de estado de Integração Regional do Pará.

    O Plano leva em consideração os impactos causados pela construção da usina Belo Monte e tem como premissa a possibilidade de conciliar o crescimento econômico da Amazônia com a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais. Segundo o presidente do Consórcio Belo Monte e prefeito de Anapu (PA), Chiquinho do PT, “a população local é favorável, quer a construção de Belo Monte, desde que haja respeito ao meio ambiente, que se leve em consideração os danos ambientais e a reparação deles”.

    O valor de R$ 500 milhões estava previsto no edital do leilão para a construção de Belo Monte, vencido pelo Consórcio Norte Energia. O montante faz parte dos mais de R$ 1,5 bilhão que o Consórcio vai desembolsar como compensação estipulada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para reduzir os impactos ambientais e sociais da obra. As compensações foram condicionantes para a licença ambiental concedida pelo Ibama. Há ainda a previsão de investimento de mais de R$ 500 milhões do governo federal para a realização de 20 mil ligações na região, por meio do programa Luz para Todos.