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14/10/2010

Em evento ‘triplo’ em Teresina (PI), a sensação do dever cumprido

    Presidente Lula visita uma das salas de aula do novo campus Teresina Central do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí. Foto: Ricardo Stuckert/PR

    Ao participar de evento ‘triplo’ em Teresina (PI) nesta quinta-feira (14/10), visitando escola técnica, assinando ordens de serviço para estradas e obras de linha de transmissão de energia, o presidente Lula afirmou que está concluindo seu mandato com a sensação de dever cumprido, ainda que saiba que há muito para ser feito ainda. “E é bom que a gente tenha essa sensação de que poderia ter feito mais, sempre poderia ter feito mais”, disse em seu discurso de pouco mais de 20 minutos. “Mas ao mesmo tempo saio com a sensação de que embora não tenha feito tudo o que era preciso fazer, nós fizemos muito mais do que qualquer outro governo já fez na história deste País.”

    O presidente visitou as instalações ampliadas do campus Teresina Central do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí (IFPI) e assinou ordens de serviço da construção e pavimentação da BR-020/São Raimundo Nonato (divisa com a Bahia), da BR-235/Bom Jesus (divisa com Bahia) e de obras da linha de subtransmissão Piripiri/Tabuleiro.

    As novas instalações do IFPI permitirá um aumento de estudantes atendidos, de mil para quase 10 mil.

    Mas o presidente Lula disse que pretende ainda voltar ao Piauí para inaugurar outras obras, como o trecho da ferrovia Transnordestina em Eliseu Martins. A ferrovia, afirmou, “será um passo importante para o crescimento econômico do Piauí, sobretudo porque vai baratear e vai incentivar novos investimentos na produção agrícola naquela região”. Também pretende voltar para inaugurar o hospital universitário, um dos mais modernos do País. A cerimônia só não aconteceu hoje porque o processo eleitoral impediu que fosse feito concurso para a contratação de funcionários, explicou o presidente.

    Ouça aqui a íntegra do discurso:

     

    O presidente Lula aproveitou a solenidade para lembrar a frustração que sentia toda vez que perdia uma eleição devido às mentiras e boatos que espalharam a seu respeito entre os mais pobres – justamente aqueles a quem pretendia ajudar.

    Eu tinha criado um partido para ajudar os mais pobres, eu era candidato pensando em ajudar os mais pobres. E era exatamente nesse segmento da sociedade que tinham medo de mim. Porque se contou muita mentira a meu respeito. Eu tinha barba e por isso eu era comunista. E os mentirosos que diziam isso não tinham coragem de dizer que Jesus Cristo também tinha barba comprida. Que Tiradentes também tinha barba comprida. E que outras personalidades da humanidade tinham barba comprida. Quantas vezes eu paguei o preço da bandeira do meu partido ser vermelha? Quantas vezes eu tive que explicar porque tinha estrela na bandeira do PT? Depois a quantidade de vezes que eu tinha que responder sobre aborto, sobre coisas que não eram da responsabilidade de um presidente da República. Mas as pessoas que são contra ficam jogando casca de banana para ver se a gente pisa e ver se a gente cai. Ah, diziam que eu ia fechar as igrejas evangélicas, diziam que eu ia fazer isso , fazer aquilo, não ia cuidar dos pobres…

    No final de sua fala, o presidente reafirmou que a arte de governar não depende de diploma universitário, mas sim de compromisso e sentimento. “Você tem que ter lado, e dizer pra quem é que você vai governar”, disse Lula. “O rico não precisa do governo. Tem uma classe que não precisa do governo. Quem é que precisa do governo? É a parte mais pobre da população, é aquela que precisa trabalhar, precisa estudar, que não tem acesso à cultura.”