Instituto Lula

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26/10/2010

Compromissos ambientais assumidos para 2020 podem ser antecipados em 4 anos

    Presidente Lula discursa na reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, realizada no Salão Oeste do Palácio do Planalto, em Brasília (DF). Foto: Domingos Tadeu /PR

    Os esforços do Brasil para combater o aquecimento global e as mudanças climáticas estão sendo amplamente recompensados. Graças às políticas de monitoramento e políticas públicas implementadas nos últimos anos, o Brasil deverá antecipar em quatro anos as metas de redução de desmatamento na Amazônia (de 80%) e emissão de gases de efeito estufa (entre 36,1% e 38,9%), previstas inicialmente para 2020, conforme proposta apresentada em dezembro de 2009 na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 15) realizada em Copenhague (Dinamarca). “Podemos afirmar que nossos compromissos de reduzir emissões provocadas pelo desmatamento e pela agricultura estão sendo cumpridos, e as metas amplamente superadas”, afirmou o presidente Lula durante reunião anual do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas realizada nesta terça-feira (26/10) no Palácio do Planalto, em Brasília (DF).

    Uma estimativa das emissões brasileiras em 2009, apresentada pelo ministro Sérgio Rezende (Ciência e Tecnologia) durante o encontro, mostra que o País emitiu 33% a menos do que em 2005. Lula comemorou os dados lembrando que o Brasil está provando ser possível crescer economicamente e ainda assim respeitar o meio ambiente, conseguindo por exemplo o menor índice de desmatamento em 21 anos:

    Se mantivermos esse ritmo, a meta anunciada na COP 15 será antecipada em 4 anos – teremos reduzido em 80% o desmatamento ainda em 2016 e não em 2020, como nós estávamos prevendo. Nenhum país reduziu tão rapidamente suas emissões de gases do efeito estufa como o Brasil e nenhum país vai dar tamanha contribuição ao planeta como o Brasil. Essa expressiva queda no desmatamento e por consequencia das emissões, só está sendo possível porque investimos em métodos avançados de monitoramento, fortalecemos os órgãos de controle ambiental e fomos duros contra a corrupção e aqueles que eram coniventes com o desmatamento ilegal.

    Ouça a íntegra do discurso:

     

    O Brasil, disse o presidente, pode se orgulhar de suas políticas ambientais, construídas em parcerias com amplos setores da sociedade, que vão desde a redução forte do desmatamento até a opção por uma agricultura de baixo carbono, passando pelo fortalecimento de uma matriz energética limpa e renovável.

    Assumimos compromissos sem abdicar do direito de crescer economicamente e promover a inclusão social da grande maioria do nosso povo. O combate ao aquecimento global é compatível com o crescimento econômico sustentável e o combate à pobreza e à desigualdade.

    Vencemos uma etapa importante na discussão sobre o clima, afirmou Lula, porque há uma parceria cada vez maior entre governo, empresários, trabalhadores e ambientalistas para colocar o Brasil na vanguarda do debate. E temos hoje todas as condições para chegar à próxima Conferência da ONU sobre Clima (COP 16), marcada para dezembro próximo em Cancún, no México, com a cabeça erguida, porque somos um dos poucos países que tem o que apresentar e vem cumprindo os compromissos assumidos na reunião anterior, em Copenhague – com folga, até. Lula não acredita que os líderes dos principais países do mundo comparecerão à reunião “porque como não tem acordo, possivelmente ninguém queira se expor”, mas adiantou que o Brasil estará presente com suas propostas:

    Porque embora a gente não possa conquistar [o acordo] em Cancún, vai ficando para a história a construção da política climática que o Brasil está desafiando o mundo a fazer.

    O Brasil chegará à Conferência da ONU sobre Clima em Cancún com propostas concretas, afirmou o presidente, e decidido não só a agir, mas também a cobrar contribuições efetivas dos demais países. “Estamos todos no mesmo barco e apenas a solidariedade e a cooperação internacional nos permitirão vencer esses desafios”, afirmou.