Instituto Lula

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27/12/2010

O desafio da pluralidade dos direitos humanos

    A futura ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário, conversa com uma idosa. Foto: Caroline Morelli

    Gaúcha de Veranópolis, formada em pedagogia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e com mestrado em educação e violência infantil pela mesma universidade, Maria do Rosário Nunes conquistou espaço na política nacional na militância pelos direitos humanos. Convidada pela presidente Dilma Rousseff para comandar a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário não pensou duas vezes e aceitou de pronto mais este desafio. Reeleita para o terceiro mandato de deputada federal, a futura ministra – que substituirá Paulo Vannuchi na pasta – conversou esta semana com o Blog do Planalto sobre os desafios que encontrará pela frente, inaugurando nossa nova série que terá posts especiais na semana da posse presidencial.

    A deputada Maria do Rosário diz que sua atuação será pautada pela pluralidade dos direitos humanos. Isso porque existem diversos segmentos que estão envolvidos na questão, explicou ela. A pasta cuida, por exemplo, dos direitos de idosos, crianças e adolescentes, e também atua nas causas indígenas. Rosário diz que terá a missão de dar sequência ao trabalho que foi feito nos dois mandatos do presidente Lula.

    “É um grande desafio e uma grande honra participar do governo da primeira mulher presidente da República”, disse.

    Ouça abaixo a íntegra da entrevista da ministra Maria do Rosário.

     

    A futura ministra também pretende atuar pela preservação da memória dos cidadãos que desapareceram no período da ditadura militar. Maria do Rosário lembrou que o Brasil chegou a ser condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) por não ter punido os responsáveis pelas mortes e desaparecimentos ocorridos na Guerrilha do Araguaia e determinou que sejam feitos todos os esforços para localizar os corpos dos desaparecidos.

    Maria do Rosário presidiu a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, ocupou a vice-presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados e foi relatora da CPI (Comisão Parlamentar de Inquéiro) da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Ela iniciou trajetória política no Partido Comunista do Brasil (PC do B), sendo eleita vereadora em Porto Alegre (1993-1996). No ano seguinte à posse, filiou-se ao PT, pelo qual conquistou a reeleição em 1996, sendo a vereadora mais votada, com mais de 20 mil votos. Ela não concluiu o mandato de vereadora, pois em 1998 foi eleita deputada estadual com 77 mil votos, sendo a segunda mais votada do Rio Grande do Sul.

    Chegou à Câmara dos Deputados em 2003 e, em 2006, foi reeleita. Em 2004, foi candidata a vice-prefeita na chapa encabeçada por Raul Pont. A derrota para José Fogaça tirou o ciclo do PT na cidade de Porto Alegre, que durava desde a vitória de Olívio Dutra em 1988. No PT já exerceu cargos na direção do partido, a nível municipal e estadual, tendo sido vice-presidente nacional do PT durante a gestão 2005-2007 e membro da Executiva Nacional (2007-2008).

    Em 2008 foi a candidata do PT para a prefeitura de Porto Alegre. No primeiro turno, depois de figurar em terceiro lugar nas pesquisas eleitorais, ficou em 2° lugar, com 22,73% da preferência do eleitorado (179 587 votos), credenciando-se para disputar o segunto turno com José Fogaça, candidato à reeleição. No segundo turno conseguiu 327 799 votos (41,05% do total), sendo derrotada por Fogaça.

    Já as eleições de 2010, Maria do Rosário foi reeleita para um terceiro mandato com mais de 143 mil votos, sendo a sexta mais votada no estado. Em 8 de dezembro de 2010, a presidente eleita, Dilma Rousseff, confirmou a escolha da parlamentar gaúcha para ocupar a Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República, que tem status de ministério.