Instituto Lula

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01/10/2010

As democracias mundiais condenam a tentativa de golpe no Equador

    O presidente Lula, em entrevista após cerimônia de inauguração da República Terapêutica e do Consultório de Rua para Dependentes Químicos e outras ações relacionadas ao Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack, comentou sobre rebelião ocorrida no Equador nas últimas horas, nesta sexta-feira (1º/10), em São Bernardo do Campo. Segundo Lula “é melhor as pessoas discutirem, fazerem acordo, mas um presidente eleito precisa ser respeitado”. O presidente brasileiro disse que Rafael Correa é um grande presidente e que precisa ser respeitado.

    “Não é possível que as pessoas não entendam que esse tipo de tentativa não é correta. Policiais jogarem bomba em um presidente é menos correto ainda. Então eu acho que todos nós da América Latina e do mundo, todos nós democratas precisamos condenar da forma mais veemente possível essa tentativa de golpe no Equador e apoiar o presidente Rafael Correa. Eu acho que hoje os golpistas já se deram conta da burrice que fizeram. E nós, todos os presidentes da América do Sul, sem nenhuma restrição, apoiamos a democracia no Equador e a manutenção do presidente Rafael Correa”, disse.

    Ouça abaixo a íntegra da entrevista do presidente Lula.

     


    Lula afirmou que ainda não conseguiu falar com Correa, mas que tem expectativa de contatar o presidente equatoriano ainda hoje. Disse ainda que o Brasil, o Mercosul e a Unasul vão prestar toda a ajuda necessária e que as pessoas têm que saber que não existe no mundo ninguém que concorde com o golpe.

    “Ontem eu mandei o Patriota (Antonio Patriota, ministro interino das Relações Exteriores) ir a Buenos Aires. Ontem, quando eu liguei para falar com o Chávez, o Rafael estava no hospital. Eu pedi para o embaixador brasileiro em Quito ir até o hospital onde ele estava, ele não conseguiu chegar lá. Hoje, possivelmente, eu ligo para o Rafael Correa”.

    Questionado se a democracia na América Latina estaria fragilizada, Lula disse que a democracia não sofre mais perigo e citou como exemplo as recentes eleições na Venezuela.

    “Eu acho que a democracia na América Latina não corre mais perigo. Acho que a eleição na Venezuela é a consolidação definitiva do processo democrático. Quem contestava não pode mais contestar porque houve uma eleição livre e democrática e tem um resultado”, defendeu.

    Em relação às eleições brasileiras, que acontecem no próximo domingo (3/10), Lula disse ter consciência de que o povo vai dar um exemplo de consolidação do processo democrático.

    “Acho que o povo brasileiro já demonstrou isso várias vezes e vai continuar demonstrando que para nós a democracia é um bem fundamental, e daí porque o que nós vamos fazer no domingo é uma demonstração para qualquer golpista do Equador”, afirmou.