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20/10/2010

Bolsa Família 7 anos: alimentação e inclusão social para 12,7 milhões de famílias

    D. Nobéria, beneficiária do Programa Bolsa Família, exibe orgulhosa sua casa verde e branca, a única pintada da rua, que conseguiu construir, segundo ela, com ajuda do benefício do Bolsa Família. Foto: Magda Dias/Blog do Planalto

    D. Nobéria, beneficiária do Programa Bolsa Família, exibe orgulhosa sua casa verde e branca, a única pintada da rua, que conseguiu construir, segundo ela, com ajuda do benefício do Bolsa Família. Foto: Magda Dias/Blog do Planalto

    Dona Nobéria, moradora da cidade Estrutural (DF), mãe de três filhos, é exemplo de determinação. Desde a morte do marido há sete anos, Nobéria sustenta sua família com apenas R$ 135,00 mensais, dinheiro que recebe do Bolsa Família. Mesmo com dificuldades, ela afirma que é com esse dinheiro que põe comida à mesa, compra remédios e ainda conseguiu transformar seu antigo barraco em uma casa de alvenaria.

    A casinha simples, com a fachada verde e branca, destaca-se na rua de chão batido formada, em sua maioria, por barracos de madeira. A cidade, localizada há cerca de 15 km de Brasília, foi construída em cima de um aterro sanitário a partir de uma invasão de catadores de papel. A infraestrutura ainda é precária, mas aos poucos têm melhorado, segundo Nobéria, que já pôde matricular os filhos em uma escola próxima à sua casa.

    Minha casa verde e branca é meu orgulho, é a única casa pintada da rua. O que recebo de benefício, apesar de pouco, é a única renda certa da minha família. É com esse dinheiro que compro comida e remédio para meus filhos.

    Intimidada com a reportagem, D. Nobéria perguntou se poderia dar a entrevista enquanto fazia suas atividades domésticas. As dificuldades enfrentadas no dia a dia não lhe tiram o sorriso ao falar dos planos para a continuidade das obras em sua casa. “Coloquei essas telhas para não entrar água em casa e agora vou rebocar a parte de dentro. Quero que meus filhos vivam em um lugar bom, com segurança”.

    A família de Nobéria Brito é retrato de muitas outras famílias brasileiras. E o programa Bolsa Família, que hoje (20/10) completa sete anos, é muitas vezes a única fonte de renda para essas famílias que vivem em situação de extrema pobreza. Essas famílias utilizam o dinheiro prioritariamente para comprar comida, medicamentos, material escolar e vestuário infantil.

    Até o fim de 2010, o Bolsa Família distribuirá R$ 13,1 bilhões a 12,7 milhões de famílias, com um valor médio mensal de R$ 96,00. Esse é o maior número de beneficiados e o maior valor distribuído desde a criação do programa, em 2003. O objetivo, de acordo com a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Márcia Lopes, é garantir uma vida digna às famílias pobres, de forma a contribuir para a melhoria do país e assegurar uma distribuição de renda mais justa.

    Nós tínhamos um Brasil onde em muitos lugares as pessoas tinham acesso aos diretos, tinham casa, os filhos estavam na escola, tinham alimentação, acesso às unidades básicas de saúde, emprego e formação profissional; mas um grande grupo de famílias brasileiras não tinha acesso sequer aos alimentos. Para elas foi lançado o Fome Zero.

    Mais do que comida na mesa, o programa de transferência de renda estimula a aproximação da população mais pobre a uma rede de políticas públicas, ao exigir a frequência escolar dos alunos beneficiários e o cumprimento da agenda de saúde. Para dona Nobéria, o incentivo ao estudo dos filhos é a única maneira de garantir um futuro melhor. “Indo para a escola, sei que meus filhos serão alguém na vida, terão uma profissão”, concluiu.