Instituto Lula

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10/11/2010

Brasil e Moçambique avançam na implantação da fábrica de antirretrovirais

    O presidente Lula encerra a última visita a Moçambique, no sudeste africano, conhecendo as dependências do prédio que abrigará a fábrica de antirretrovirais. O projeto defendido pelo presidente brasileiro permitirá que dentro de um ano a população moçambicana infectada pelo vírus da Aids disponha de medicamentos.

    Trata-se de um dos mais expressivos empreendimentos da Cooperação bilateral entre Brasil e Moçambique e dará um passo importante na sua implementação: a apresentação das instalações futuras da Sociedade Moçambicana de Medicamentos. A fábrica será a primeira empresa de capital 100% público deste setor na África e tem como principal objetivo a produção de antirretrovirais e outros medicamentos.

    Nos últimos dias o Blog do planalto acompanhou o movimento referente a instalação de uma máquina que servirá para treinamento dos operários. Numa entrevista com o diretor da Farmanguinhos, da Fiocruz, Hayne Felipe da Silva, nos conta sobre a importância do empreendimento que, além do antirretroviral irá produzir outros 20 medicamentos. Além disso, a Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) transferirá tecnologia no sentido de o governo moçambicano fiscalizar melhor a produção de medicamentos.

    Um vídeo institucional foi preparado para a ocasião. Ele contempla depoimentos das autoridades dos dois países que mostram a importância da fábrica. O apoio do governo brasileiro contempla todas as etapas deste projeto, passando pelos estudos de viabilidade, aquisição de equipamentos, transferência de tecnologias, capacitação técnica, validação e registos e outros módulos.

    O HIV EM MOÇAMBIQUE

    Segundo a estimativa de 2008 do Conselho Nacional de Combate ao HIV/Sida (CNCS), um total de 1,6 milhões de pessoas vive com HIV em Moçambique, dos quais 37% são homens e 54% são mulheres maiores de 15 anos, respectivamente, e 9% correspondem a crianças entre os 0 e 14 anos. Aproximadamente 463.000 crianças perderam o pai, a mãe ou ambos devido ao SIDA, um número que se espera que venha a crescer até 558.000 crianças em 2010. Atualmente, o grupo com maior vulnerabilidade é o das mulheres: aproximadamente seis em cada dez portadores de HIV/SIDA são do sexo feminino. As faixas etárias com maior risco são de 15-19 e de 20-24 anos, quando as mulheres têm aproximadamente três vezes mais chance de adquirir a doença do que os demais.

    De acordo com o relatório de 2009 do CNCS, apesar da expansão significativa dos serviços de tratamento antirretrovirais (TARV), a cobertura para quem necessita deste tipo de serviço ainda é baixa em Moçambique. De acordo com a estimativa, cerca de 374 mil adultos e 72 mil crianças estão no estágio avançado da doença e necessitam de TARV, mas apenas respectivamente 42% e 19% deles recebem o tratamento.