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10/11/2010

Oportunidades na Coreia estão na estética e no meio ambiente

    A economia da Coreia do Sul é uma das mais vibrantes e sofisticadas da Ásia e empresas brasileiras podem se beneficiar desse vigor se focarem em setores como arquitetura, moda, design e cosméticos, além de produtos e serviços ligados a bioenergia e meio ambiente. “A Coreia já tem uma boa infraestrutura e alta tecnologia, agora eles estão embelezando o país, estética e ambientalmente”, avalia o embaixador brasileiro em Seul, Edmundo Fujita, que fez boa parte de sua carreira na Ásia e foi diretor geral do Itamaraty para a região. Ele assumiu a embaixada do Brasil em Seul há um ano e meio, após três anos e meio em Jacarta, na Indonésia, e vem trabalhando para aproximar investidores brasileiros e sul-coreanos. A complementaridade das duas economias é o grande atrativo. “Não é aquele negócio de um colocar azeitona na empada do outro não. Não é uma complementariedade da dependência, mas da equivalência”, afirma.

    A Coreia do Sul, explica o embaixador brasileiro, tem bons projetos de infraestrutura e energia e alta tecnologia a oferecer, e campo aberto a produtos e serviços de grife e qualidade internacional para atender a uma população de alta renda e gosto homogêneo. O Brasil busca justamente esses bons projetos de infraestrutura e alta tecnologia para a exploração do Pré-sal e grandes obras como o trem-bala entre Rio e São Paulo, e tem criatividade de sobra nas áreas de interesse dos coreanos – moda, arquitetura, design -, bem como toda a matéria-prima que falta aos coreanos. Há também um interesse cada vez maior na Coreia pelo desenvolvimento da bioenergia (etanol e biodiesel) e projetos ambientais, áreas em que o Brasil já avança significativamente. ”

    O diplomata está seguro de que o momento é perfeito para o governo brasileiro aprofundar as relações comerciais com a Coreia do Sul, país que se destaca na região juntamente com China e Japão. “A Coreia do Sul saiu muito rápido da última crise econômica mundial, foi um dos últimos países a entrar e um dos primeiros a sair – a exemplo do Brasil – e tem uma flexibilidade econômica muito grande, como nós”, analisa. “É o momento de a gente aproveitar esse momento. Tanto a Coreia está vendo o Brasil com cada vez mais interesse como interessa ao Brasil despertar para as oportunidades que a Coreia oferece hoje.” A Coreia é hoje o terceiro parceiro comercial do Brasil na Ásia, atrás apenas da China e do Japão.

    No entanto, o embaixador faz um alerta aos empresários brasileiros que se animarem com as oportunidades de investimentos na Coreia: são muitos os sacrifícios exigidos inicialmente e é preciso ter muita paciência. A competição no mercado coreano, diz Fujita, é fortíssima, e o consumidor exigente. Por isso é bom se mirar no exemplo das próprias empresas da Coreia, que só saem para brigar no exterior quando atingem um alto padrão em termos de competitividade. “Só sai para fora quem ganhou aqui dentro.”

    Seul recebe nos próximos dois dias (11 e 12/11) a reunião de cúpula do G20, que contará com a participação do presidente Lula e da presidente eleita Dilma Roussef – que chegou no início da tarde desta quarta-feira (horário da Coreia) à capital sul-coreana. A chegada do presidente Lula a Seul está prevista para o meio-dia desta quinta-feira (11/11).