Instituto Lula

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06/08/2009

Estado fraco não faz política social

    Para fazer política social e combater a pobreza, o Estado precisa ter uma carga tributária que garanta os recursos necessários, defendeu o presidente Lula ontem, na abertura do Simpósio Internacional sobre Desenvolvimento Social, promovido pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) no Centro de Convenções do Alvorada Hotel, em Brasília.

    “Um país que tem uma carga tributária de apenas 10% ou de 8% não pode fazer política social porque o Estado não existe”, afirmou Lula. “Quem vem aqui pedir para a gente ter uma carga tributária pequena, são os empresários dos países que têm a maior carga tributária do mundo e o maior Estado de bem-estar social do mundo.”

    O presidente enfatizou ainda a importância das políticas sociais não apenas para solucionar o problema da pobreza no mundo, mas também para combater as sequelas econômicas da crise mundial. Veja abaixo o vídeo de um dos trechos de seu discurso:

    Lula reafirmou que os países ricos precisam se responsabilizar em ajudar os países mais pobres, principalmente da África:

    Imaginem se cada país rico do mundo adotasse um país africano para a gente fazer um projeto de desenvolvimento. Um projeto agrícola. Imaginem uma grande cooperativa, se cada país rico estivesse disposto a fazer um projeto. Não é dar dinheiro para os presidentes não, porque depois nós temos muitas denúncias de que tem corrupção. Não é dar dinheiro, não. É pensar um projeto, um projeto de desenvolvimento, e dizer: vai custar US$ 300 milhões? Vai. Quem vai bancar esse projeto? Junta dois, três países e bancam aquele projeto. Se a gente não fizer isso, essa crise econômica, do jeito que está, pode até diminuir, mas os países que eram pobres vão ter muito mais dificuldades daqui para a frente porque aumentou o número de pobres em cem milhões, por conta da crise econômica. Em alguns países do mundo, o Estado de bem-estar social garante a comida de cada dia. Mas em um país africano pobre, quem garante o alimento de cada dia, se eles já não comiam antes da crise?

    Quem segurou a onda da crise no Brasil?

    Em outro momento de seu discurso, o presidente voltou a lembrar a todos que o mercado, tão querido por alguns economistas, ficou paralisado frente à crise mundial. E foi o Estado, tão pouco querido pelos pensadores neoliberais, e o povo que aguentaram os efeitos da crise mundial aqui no Brasil.

    Lula defendeu as políticas públicas de seu governo e lembrou que elas não são determinadas apenas pelo governo, mas pela sociedade.

    Nós já tivemos 57 conferências nacionais neste país. E quando nós fazemos conferências, não sou eu quem invento uma conferência e convoco uma conferência. (…) 90% das coisas que nós fazemos são decisões emanadas da base, do seio das pessoas que ajudaram a criar toda uma nova conceituação de política social neste país. E por que nós fazemos isso? Porque nós não podemos aceitar que a troca de um governo por outro governo signifique as pessoas perderem a conquista que tiveram. E só não vão perder se a sociedade participar.

    O presidente pretende voltar ao simpósio nesta sexta-feira (7/8) para participar do encerramento e ouvir com mais calma sobre as políticas sociais de outros países e apresentar com mais detalhes as políticas sociais do governo brasileiro. O Blog do Planalto também estará lá, para ouvir o presidente e conversar com os participantes do Simpósio, que certamente também tem muito a dizer.

    Ouça aqui a íntegra do discurso do presidente Lula na abertura do Simpósio: