Instituto Lula

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09/11/2010

O resgate de uma dívida histórica com a África

    Antes da aula inaugural, presidnente Lula conheceu laboratório de Biologia doado pelo governo brasileiro. Foto: Ricardo Stuckert/PR

    Na aula inaugural proferida para alunos do ensino à distância, em Maputo, Moçambique, o presidente Lula deu um tom muito otimista. Durante mais de 30 minutos de conversa – inclusive foi assistido por estudantes que estavam em três pontos diferentes da região metropolitana de Maputo – o presidente brasileiro defendeu a autoestima do povo como forma de mostrar ao mundo que “se acreditarmos em nós mesmos poderemos ser tão sabidos quanto eles” [países desenvolvidos]. Lula buscou demonstrar que os investimentos do governo brasileiro na implantação dos cursos na capital moçambicana tem por finalidade “resgatar uma dúvida histórica” para com os povos africanos.

    “Nenhum tema é tão capaz de unir e transformar um país quanto a educação. É por isso que o dia de hoje se reveste de grande significado para Moçambique e o Brasil. Estamos dando um passo vigoroso para a cooperação entre nossos países, cujo alcance talvez não possamos hoje sequer imaginar com precisão.”


    Segundo Lula, “com o lançamento dos primeiros pólos moçambicanos da Universidade Aberta do Brasil, estamos dando um passo firme em direção ao maior aprofundamento da cooperação entre nossos países”. “Nada é mais urgente do que a capacitação de moçambicanos e brasileiros para construir sociedades cada vez mais democráticas e prósperas e, assim, firmar nossa presença soberana no mundo”, completou.

    Antes da exposição, o presidente Lula conheceu os laboratórios de Biológia e Computação do Campus de Matemática da Universidade Pedagógica Lhanguene Maputo. Na entrada principal, foi saudado por cerca de 30 alunos da Escola Primária 16 de Junho (data comemorativa ao Dia das Crianças Africanas e da moeda de Moçambique).

    Já no interior do auditório, Lula foi apresentado aos convidados moçambicanos pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Venâncio Massingue, que fez os agradecimentos em nome do governo local. O governo brasileiro investirá cerca de US$ 32 milhões num período de nove anos para permitir o ensino à população desta país do sudeste da África.

    Aula inaugural

    A exposição do presidente Lula foi feita em duas etapas. A primeira tratou-se da leitura do discurso, quando apresentou aos convidados avanços no setor educacional brasileiro. Segundo Lula, os 26 estados brasileiros mais o Distrito Federal contam com 600 pólos de ensino à distância. “Os estudantes contam com infraestrutura de laboratórios e bibliotecas, além da assistência de professores e tutores treinados nas ferramentas de educação à distância. A infraestrutura de informática permite aos estudantes interagir com professores, mesmo quando estes estão a centenas ou milhares de quilômetros de distância”.

    Mais adiante, com microfone em punho, ele relatou sobre o aumento da quantidade de universidades federais, institutos técnicos, bem como a oferta de bolsas de estudos em universidades particulares por meio do ProUni e a oferta de vagas nas universidades federais, pelo ReUni. Lula foi muito aplaudido quando informou que ele e o vice-presidente José Alencar, apesar de não terem curso superior, entram para a história do Brasil como os governantes que mais fizeram pelo setor educacional do país.

    O presidente explicou também que o povo africano deve se valorizar. Segundo ele, a Embrapa tem programa para desenvolver a savana africana que garantirá o aumento da produção de alimentos. Para o presidente brasileiro, esse será o grande filão pois mesmos os países desenvolvidos buscarão comida produzida nestes celeiros.

    A agenda do presidente Lula prevê encontro com empresários brasileiros num hotel em Maputo e reunião bilateral com o presidente de Moçambique, Armando Guebuza, no Palácio da Ponta Vermelha.